4.23.2013

Perdidas.

Há pessoas muito perdidas neste mundo. Desde ontem que a minha colega de acção social anda "enrascada" com um jovem, de uns 20 anos. Não é de cá, vive na rua, não quer voltar para casa da avó no Alentejo. É uma pessoa que não tem laços fortes com ninguém, que não se consegue inserir, e que tem andado a ligar para um e para outro familiar na tentativa de que alguém lhe dê a mão, como ele mesmo disse ao telefone com uma prima. Essa mesma prima ficou de falar com os pais, ficou de dar uma resposta e até agora nada. Ainda esta noite dormiu na rua. Não quero mais dormir na rua, diz ele. Tem aqui um irmão, institucionalizado. Queria ser recebido nessa mesma instituição, mas é impossível, é maior de idade e não é assim que as coisas funcionam. As instituições recebem crianças por ordem do Tribunal, não por solidariedade familiar. Pena não termos cá nenhuma nesses trâmites. Vamos ver como isto termina. Por enquanto, temos mais um jovem na rua.
O´

16 comentários:

  1. É por causa destes casos que nos fazem sentir pequeninos que me revoltam as pessoas cujos problemas são sempre 'tragédias' e se deixam levar pelo 'pobrezinho de mim'. Esse jovem tem 20 anos mas não é adulto. Não o apoiaram, não sabe como dar a volta à vida sem ajuda. O C.A.S.A. não o pode ajudar?

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    1. A ajuda que a C.A.S.A., nós também a damos. O problema é que ele quer ir para casa de alguém de família, sem ser a avó porque, segundo ele, não tem condições. Porém, as outras pessoas de família que ele contacta, não querem saber dele. Nós já contactamos a instituição no alentejo, que o ajudava. É um jovem problemático, conhecido de todos. De repente lembra-se e desaparece. Às vezes não é fácil ajudar!

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    2. Eu pensei que o CASA podia ter algumas instalações para acolher as pessoas temporariamente ou assim... é complicado... é complicado... espero que consigam ajudar... se eu puder fazer alguma coisa avisa. Bjs x

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    3. Não tem, Paulinha. A história é complicada. São crianças sem amor de mãe... Sem desfazer do amor das avós, claro. Ele foi criado pela avó.
      beijos

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  2. Mas ele está na rua porquê?
    Eu sou do tempo em que se não me "portasse bem" e "obedecesse" aos meus pais ele metiam-me na rua (ou pelo menos ameaçavam e eu não arriscava descobrir se era verdade ou não).
    Hoje em dia os jovens, e não estou a dizer que é este o caso porque desconheço, saem de casa por livre vontade porque não querem ser controlados pelos pais, querem chegar a casa bêbados e drogados e os pais ainda têm que compreender...
    Não conheço os motivos para esse miúdo estar na rua e cada caso é um caso, mas não sou pessoa de me comover com uma parte da história...gosto sempre de saber a história toda...até porque cada um conta o que lhe convém ( a ele jovem, neste caso).

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    1. Morango, há realidades muito complexas. Ele tem um irmão institucionalizado, tb ele foi institucionalizado mas saiu quando chegou à maioridade, como acontece na maior parte das instituições que acolhem crianças. Não tem qualquer vínculo com os pais, apenas com uma avó. Claro que nós estamos habituados a lidar com casos sociais e sabemos ver as coisas. Muita culpa tb é dele que não pára, que não aceita qualquer tipo de ajuda, que se mete em confusões. Passam imensos assim por aqui, alguns com idade para ter juízo!

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  3. Que seja um caso de rápida resolução. :/

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  4. Não tens um trabalho fácil, faço ideia as vezes que levas o coração apertado para casa.

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    1. Sim, acontece algumas vezes. Mas também aprendemos a filtrar, o que é muito importante.

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  5. Que situação... Espero que em revê encontrem solução.

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  6. Estás de férias sua malandra... aproveitaaaaaa

    Bjs xx

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