Vou partilhar convosco um artigo muito interessante, recomendo a pais, a não-pais, a quase-pais.
Pondo de parte a questão pessoal, ou seja, cada um sabe de si, sabe o que quer da vida, da sua disponibilidade, etc, etc, acho que é uma questão que preocupa.
Se todos forem filhos únicos - E atenção, refiro-me quando é uma escolha e não uma questão de saúde! -, imaginem a sociedade que estamos a criar. Filho/a único/a, casado/a com filho/a único/a. Muito possivelmente com pais já envelhecidos pois somos pais cada vez mais tarde, sem qualquer apoio familiar pois tios não existem... Avós sem energia, ainda a laboral pois a idade de reforma estende-se. Há os amigos, claro que sim - Ou espero que sim! - mas o núcleo familiar é diminuto...
Esta imagem dá-me pena, acreditem. Não conheço ninguém que diga que é mais feliz por ser filho/a único/a. Aliás, a última pessoa com quem falei, filha única, mãe um e agora grávida de gémeos, disse-me que NUNCA quis ser mãe de filho/a único/a pois só ela sabe o que "sofreu", pelas expectativas que lhe impuseram, pela responsabilidade, por não ter com quem partilhar as frustrações, o que sentiu quando os pais se divorciaram. Obviamente esta é a minha opinião, pela vivência, pela família grande que tenho, pela irmã que tenho e que adoro. Não sei como seria se fosse filha única, de pais divorciados, com todos os problemas que trouxe para a minha vida. A minha mana é o meu equilíbrio, o meu alicerce numa família que deixou de "existir". Juntas somos mais fortes. É por isso que penso que o meu filho merece ter isto. Merece que lhe demos essa oportunidade, mesmo que falhada, mesmo que sejam manos às avessas. Até nisso se aprende.
Filho único, só se tiver mesmo de ser.