8.17.2012

Bomba de fragmentos.

Divórcio. É uma palavra feia. Até acontecer perto de nós, parece algo transcendental. Como vou explicar... Sabemos que acontece, que é normal, mas quando acontece perto tudo muda de figura. É como se o divórcio fosse uma bomba de fragmentos. Quando rebenta atinge quem está mais próximo. Eu estou cheia desses fragmentos e, de vez em quando, continuo a ser atingido por uns de efeito retardado. E já faz uns anos que é assim. Ando cansada (Podia falar no plural, obviamente.). É uma situação que se arrasta, que magoa, que deixa marca, deixa mágoa. Chega a dar raiva e só se quer é distância. O divórcio pode correr bem, desde que ambas as partes cheguem a um consenso e admitam que é o melhor a fazer. Quando uma das partes não admite, não aceita, tudo muda de figura. E aí é este "calcar da ferida", esta coisa que dói e não acaba de doer. A indiferença começa a tomar conta de mim. Mas é fingida e é o pior. Porque simplesmente já não quero saber. A solidão pode doer mas não é minha. Não tenho poder para mudar alguma coisa quando a pessoa interessada não quer mudar. O sangue não é tudo. O ser família, o ser de sangue, não perdoa, não corrige, não soluciona nada. 
Então vivo nesta indiferença fingida, mas necessária.
O´

17 comentários:

  1. Aiiii! Até me custa ler estas tuas palavras nota-se que estás tão cansada... força! E um beijinho apertado.

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  2. São estilhaços que nos ficam na alma e nunca mais desaparecem...

    Força!

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    1. É isso mesmo, Naná. Marcou, marca, a minha vida para sempre. Influenciará as minhas decisões, a minha forma de encarar, a minha forma de viver. É doloroso, sabes? Até porque não é coisa da minha responsabilidade, não é minha culpa. Mas acabam por magoar.
      beijos e obrigada pela força!

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  3. Pois é, um divorcio mal sucedido onde não se chega a um consenso pode ferir muita gente...Eu tenho um caso bem próxima na família onde isso aconteceu, e apesar de terem passado 5 anos, os tais fragmentos continuam no ar e espalhados por tudo o que é lado..é horrível =/

    Beijinho*

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    1. Infelizmente, acredito que no nosso caso será igual. Não vejo forma de haver paz.
      beijos

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  4. Ui... Ler essas palavras dói. Força!
    Deixo um beijinho que acabei de chegar para ficar.

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  5. Gosto de ler blogs mas nunca criei nenhum. Quando vejo coisas escritas que me dizem alguma coisa, escrevo a minha história de vida. Sou a Francisca. Na minha família aconteceu um caso parecido com o que escreves. Tenho um rebento com oito anos. Começou a perguntar porque é que o avô e a avó não estavam na mesma casa quando os visitávamos. Isto pôs-me a pensar. A separação já andava nos quatro anos. Falei com um irmão mais velho e com o meu companheiro e marido. Aconselhei-me antes de iniciar o que tinha tanta vontade em fazer. E agi, consegui que os meus pais já na casa dos cinquenta e tantos se voltassem a encontrar na vida. Estou tão feliz por isso! E as coisas estão pelo melhor. Vivem calmos e felizes. Às vezes os erros ajudam as pessoas a entender-se melhor. Como filha estou feliz por ter ajudado os meus pais. Eles não andavam de bem com a vida e cumpri o meu papel. A minha obrigação. A eles devo a minha vida. São os meus pais e andava com o coração em fanicos. Hoje sinto-me a filha mais feliz do mundo. Por eles e por mim. Desculpa-me meter o nariz onde não fui chamada.

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    1. Não meteste o nariz onde não era chamada, até porque o blogue é público por isso mesmo, para que as pessoas entrem e se sintam à vontade de partilhar histórias e opiniões. :)

      Não sei qual a razão que levou ao divórcio dos teus pais. Mas, sabendo o que sei, tendo presenciado o que presenciei, neste momento não terei a mesma postura que tu pois isso significaria que apenas haveria a inversão de papéis: o triste ficava feliz e o feliz ficava triste. Não tenho o direito de mudar a vontade de um deles. São adultos, sabem o que fizeram e, por isso mesmo, têm de ser eles a decidir as suas vidas. Até porque já falamos muitas vezes e uma das partes está mais do que decidida.

      Mas, obrigada por partilhares.
      Volta sempre!
      bjs

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    2. Obrigada por leres o que escrevi.
      Respondendo à tua dúvida: Não havia terceiras pessoas. Não havia uma vida de agressões ou violências. Houve um momento mau e uma discussão estúpida. Quantas não acontecem nas vidas dos casais? O pior foi uma bofetada a destempo. Entrega de masiado longa a uma associação ligada ao desporto aquático. Não conseguia dizer não e deixar tudo, algum cansaço físico e psicológico, uma discussão do nada. Uma estupidez de todo o tamanho, uma atitude irrelectida. Depois vêm as birras e ninguém quer dar o braço a torcer. Ninguém vive feliz neste processo. Podem dizer aos outros que agora é que estão bem, mas quando conseguimos falar com eles a sós e penetrar bem no seu íntimo, reparamos muitas vezes que não é bem assim. Nunca me passou pela cabeça agora a caminho dos quarenta, ver os meus pais à vez, a chorar abraçados a mim. Digo-te com alguma satisfação que me sinto orgulhosa pelo que consegui. Não aguentava mais ouvir o rebento a fazer aquela pergunta. Depois é o gosto de ver tudo dentro do normal. A minha família é a coisa mais importante da minha vida. Nunca digas não adianta, não vou tentar. Só temos uma família, a nossa. As outras que encontramos a seguir a essa, são apêndices da nossa. Por muito que nos queiram bem, nos ajudem e apoiem na vida.

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    3. Pois Francisca, a história é diferente da minha. Minha salvo seja, dos meus pais. Também nunca houve violência física, apenas um acto irreflectido. Acto esse que serviu de gota de água, depois de muitos anos de sofrimento psicológico. Ao contrário de ti, não os tenho abraçados a mim a chorar. Um deles chora muito e sofre. O outro sorri e anda feliz com a sua nova condição. Foi uma lufada de ar fresco na vida dessa pessoa, um tirar do peso em cima das costas. Se uma das partes se sente bem, não serei eu a mudar isso. Não tenho direito de pedir o que quer que seja. Até porque verdade seja dita, há muito que as coisas não andavam bem. Quando digo muito, falo em anos! Não havia felicidade familiar, havia tortura psicológica.
      Por isso, há males que vêm por bem. Está na hora da outra parte seguir em frente e deixar de se torturar e torturar os outros.
      Obrigada pelos teus comentários e pela partilha!

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  6. :( O pior é que de vez em quando dói. Acho que o melhor para ti é que faças o que achas que tens que fazer. De coração. Se houver quem não aceite não é 'contra_ti'. Bjinho gde e um sorriso para ti
    <3

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    1. Obrigada, linda!
      Sim, tenho mesmo de fazer e seguir com a minha vida.

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