2.17.2014

Só se tiver mesmo de ser.

Vou partilhar convosco um artigo muito interessante, recomendo a pais, a não-pais, a quase-pais.

Quanto pode custar ao país uma geração de filhos únicos?

Pondo de parte a questão pessoal, ou seja, cada um sabe de si, sabe o que quer da vida, da sua disponibilidade, etc, etc, acho que é uma questão que preocupa. 
Se todos forem filhos únicos - E atenção, refiro-me quando é uma escolha e não uma questão de saúde! -, imaginem a sociedade que estamos a criar. Filho/a único/a, casado/a com filho/a único/a. Muito possivelmente com pais já envelhecidos pois somos pais cada vez mais tarde, sem qualquer apoio familiar pois tios não existem... Avós sem energia, ainda a laboral pois a idade de reforma estende-se. Há os amigos, claro que sim - Ou espero que sim! - mas o núcleo familiar é diminuto...
Esta imagem dá-me pena, acreditem. Não conheço ninguém que diga que é mais feliz por ser filho/a único/a. Aliás, a última pessoa com quem falei, filha única, mãe um e agora grávida de gémeos, disse-me que NUNCA quis ser mãe de filho/a único/a pois só ela sabe o que "sofreu", pelas expectativas que lhe impuseram, pela responsabilidade, por não ter com quem partilhar as frustrações, o que sentiu quando os pais se divorciaram. Obviamente esta é a minha opinião, pela vivência, pela família grande que tenho, pela irmã que tenho e que adoro. Não sei como seria se fosse filha única, de pais divorciados, com todos os problemas que trouxe para a minha vida. A minha mana é o meu equilíbrio, o meu alicerce numa família que deixou de "existir". Juntas somos mais fortes. É por isso que penso que o meu filho merece ter isto. Merece que lhe demos essa oportunidade, mesmo que falhada, mesmo que sejam manos às avessas. Até nisso se aprende.
Filho único, só se tiver mesmo de ser.

16 comentários:

  1. Eu conheço pessoas super-felizes por serem filhos únicos... porque vão herdar tudo lollll eu e o meu irmão temos tão pouco tempo de diferença que não conheço nem imagino o mundo sem ele. E acho maravilhoso ver a alegria dos meus quando um acorda ou chega a casa. Iluminam-se duas existências que à partida já eram tão brilhantes...

    Entendo essa pessoa com quem falaste mas acho que mesmo que tivesse irmãos iria ser igual. Suponho que seja a maneira de ser dos pais dela e n por terem um ou mais filhos, diria eu...

    Bjs xx

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    1. Pois fofa, és capaz de ter razão, mas ela sente que sofreu mais por não ter tido com que partilhar essa responsabilidade.
      Beijocas <3

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  2. Eu nao me imagino sem as minhas 3 irmas aprendi e aprendo tanto com elas, nao me imagino sem os meus 6 sobrinhos, nao me imagino sem a mesa cheia de gente aos domingos. Tambem quero muito dar mais irmaos a Bu bjinhos

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  3. De facto tenho a sorte de n/ ser filha única pois houve momentos em que precisei muito do meu irmão (também em crises familiares) e ninguém melhor que ele para te entender e dar a mão. Mas no País em que vivemos, em que não apoiam sequer o nascimento do 1º filho, torna-se complicado ter 2 ou 3...

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    1. Verdade Pin, tens toda a razão. Os governos não estão sensibilizados para esta matéria. Mas vamos adiar sonhos por isso? Trabalho na acção social e conheço realidades diferentes, pessoas que vivem na miséria, outras que são miséria. Depende muito não apenas da economia, mas da nossa vontade.

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  4. Eu gostava muito de ser mãe de pelo menos dois, mas pelo andar da carruagem não sei não... É cada vez mais dificil sobreviver neste mundo e trazer filhos ao mundo para passar necessidades é que não!

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    1. Sabes NTW, mas pergunto-me o que são necessidades hoje em dia? Não são as mesma de há muitos anos atrás. Obviamente que a sociedade muda, mudam as vontades e os objectivos. Eu acho é que a sociedade anda a trocar valores. Trocam os valores humanos, pelos valores materiais. Isso por si só complica tudo!

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  5. Eu sou filha única e nunca quis irmãos, quando me perguntavam se queria respondia logo um redondo não. Quando os meus pais se divorciaram ainda vomitei alguma vezes um «Se tivesse irmãos ao menos podia partilhar com eles a confusão que vai na minha mona», mas tudo passou, tudo correu bem e corre e agora sei que não sentia o que estava a dizer.

    Mas não quero só um filho, sabes disso. Não porque a minha experiência como filha única tenha sido má, mas porque ao contrário dos meus pais, tenho o desejo ter uma família para lá de numerosa.

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    1. Lacorrilha, e não terás tu essa vontade por lá no fundo sentires que te falta/faltou algo?! Pergunto eu, armada em psicóloga. lol
      Acho que fazes bem em ter uma família grande! :D

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  6. Eu sou filha única, sou feliz assim e nunca me fez falta um irmão / irmã.

    Entendo a lógica, mas a vida é muito mais complexa que uma ligação de sangue. "A falta que um irmão faz" por si esquece factores como a) o "mesmo sangue" não implica ligação intelectual / social; b) a pressão que alguns sentem quando um dos irmãos é mais bem sucedido que o próprio c) a ligação maior que muitas vezes existe com as pessoas que consideramos "amigas" etc etc :P

    Na minha opinião, qualquer um pode ser socialmente saudável e não é o facto de ser filho único que o impede. Aliás, artigos que fazem dos filhos únicos uns coitadinhos limitam-se a ser uma boa desculpa para impulsionar o desejo de querer ter mais filhos, só isso. :)

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    1. Eu entendo perfeitamente o que dizes e não discordo. Mas concordo no artigo porque neste momento é necessário generalizar e pensar realmente se é esta a sociedade que queremos. Filhos únicos sempre existiram, ninguém está aqui a querer dizer que é mau, que são seres mal-educados, infelizes, nada disso. Estão a alertar para uma situação que sendo de maioria poderá não ser benéfica!

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  7. Se eu pudesse tinha mais filhos? Sim.
    Se conheço casos de filhos únicos felizes? Muitos.
    Se conheço casos de irmão que não se falam? Alguns.
    Se acho que a taxa de natalidade do nosso país deveria ser muito maior? Claro que sim.
    Se concordo com este artigo? Não redondo. Cai no erro das generalizações e por isso chuto-o para canto. Aplicar ao mercado de trabalho as características que aplicam sempre às crianças filha-únicas (basicamente umas egoístas que não sabem partilhar) acho completamente parvo. E tenho na família dois grandes exemplos de profissionais fora de série, filhos únicos.
    Por isso, quem puder e quiser, toca a procriar! Agora, para mim, a base será sempre a educação que recebemos, o exemplo que passamos e tenho de certeza que o amor e a amizade são muito superiores aos laços de sangue.
    BEIJOCAS.
    *e toca a trabalhar para o segundo!!! :D

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    1. Dou a mesma resposta que dei à Pec.
      Neste momento as generalizações servem para alertar! E é necessário alertar porque há muita gente com as prioridades e os valores trocados. Apenas isso!

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    2. Continuo a discordarporque o artigo não é sobre a quebra da natalidade mas sim sobre preconceitos e generalizações sobre o filho único em contexto de trabalho. E é esse aspecto que me irrita, muito mesmo.

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    3. E ainda bem que há diferenças de opiniões. Eu leio o artigo e vejo muito mais do que isso!

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