12.03.2013

Alemanha.

As generalizações são terríveis. Porém, há momentos, coisas que nos acontecem, ou que presenciamos, que acabam por nos marcar. E, aos poucos, vamos fazendo generalizações. Ontem apareceu cá um alemão. A dormir nas ruas porque supostamente foi assaltado cá e ficou sem nada. Tinha papéis da polícia. Também dizia que tinha vindo de Lisboa praticamente a andar porque cá ninguém dá boleias. Apareceu de manhã cedo. Depois voltou antes do almoço. Voltou diferente, irritado. Insultou-nos, estava alterado, falou mal dos portugueses e do país. Disse que quando a Alemanha deixasse de pagar a Portugal que nos ia acontecer o mesmo que à Grécia. Que aqui não os ajudamos, só ajudamos os portugueses. Que ele foi assaltado e ninguém o apoia, ninguém o deixa tomar banho, ninguém lhe dá roupa. Rejeitou a que nós lhe demos porque era demasiado grande, quando eu o tinha avisado desse facto. Pensei mesmo que ele me ia dar um estalo, um empurrão, um murro, tal era o ódio nas palavras dele. Mas mantive-me firme, frente a ele, procurando não mostrar medo. E depois disto comecei a generalizar, comecei a pensar em nazis (porque me vi como uma judia insultada por um), e pensei que o próximo alemão que cá aparecer não vai ter sorte. 
Um dia isto passa.

17 comentários:

  1. Ui... se a região mais rica da Alemanha deixasse de contribuir para o resto do pais eles também se tornariam a Grécia rapidamente... mas esse senhor se calhar voltou alcolizado ou coisa do género, estava numa situação complicada e mesmo que acredite piamente damos um desconto. Agora a falta de educação e à forma ameaçadora como te tratou já não desculpo tão levianamente... que recuperes rápido porque essas coisas deixam-nos doentes... Beijinhos xxx

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    1. Sim, desconfiei que vinha alcoolizado, pelo menos senti algum bafo quando ele esteve bem próximo de mim. Felizmente nunca mais cá apareceu!

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  2. Nunca mais vou esquecer o rancor dum asilado político do Ruanda que entrevistei no final da minha licenciatura, em relação a Portugal. Apesar de o termos acolhido quando andava fugido para não ser morto, pela sua etnia, de lhe termos dado casa (paga), emprego e demais ajudas, o senhor falava mal do nosso país sem problema nenhum... só porque ele era funcionário público no Ruanda,um colarinho branco, e cá teve que se sujeitar a empregos mais físicos... nem imaginas o ódio destilado nas palavras e no rosto em relação ao nosso país e a todos nós portugueses...

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    1. E sermos mesmo mauzinhos e mandá-los de volta por não terem pudor nenhum em manifestar essas opiniões? Eu sei que vivemos num pais livre mas às vezes um bocadinho de mim começa a ser mais radical...

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    2. Sim, em determinadas situações mereciam medidas radicais!

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    1. Sinceramente meninas, desconfio que havia ali alguma dependência, álcool, ou algum distúrbio! Ou então era mesmo bruto!

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  4. Uma pessoa tem que ouvir com cada coisa... minha nossa!

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    1. Onde trabalho costuma acontecer com frequência. Infelizmente!

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  5. Sabes que, às vezes, quando vejo pessoas a viver na rua me interrogo como é possível terem chegado aquele estado. E muitas vezes chego à conclusão que passaram pelo que passaram para aprender qualquer coisa e não aprendem. É triste.

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    1. Oh mjoaob... é capaz de acontecer a algumas pessoas que vivem na rua mas acredito que a maioria são pessoas como tu e eu que até aprendem as lições mas a quem a vida pregou uma grande partida...

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    2. São situações complicadas e, muitas vezes, de difícil resolução. Alguns sem abrigo não querem deixar de sê-lo, por exemplo.

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  6. Generalizações? Nunca usei disso.
    Isso era só um energúmeno, como há tantos noutras nacionalidades, etnias, credos e coisas assim.

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    1. Também as evito, mas às vezes e, se calhar por defeito de "profissão", faço-as.

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