Há pessoas muito perdidas neste mundo. Desde ontem que a minha colega de acção social anda "enrascada" com um jovem, de uns 20 anos. Não é de cá, vive na rua, não quer voltar para casa da avó no Alentejo. É uma pessoa que não tem laços fortes com ninguém, que não se consegue inserir, e que tem andado a ligar para um e para outro familiar na tentativa de que alguém lhe dê a mão, como ele mesmo disse ao telefone com uma prima. Essa mesma prima ficou de falar com os pais, ficou de dar uma resposta e até agora nada. Ainda esta noite dormiu na rua. Não quero mais dormir na rua, diz ele. Tem aqui um irmão, institucionalizado. Queria ser recebido nessa mesma instituição, mas é impossível, é maior de idade e não é assim que as coisas funcionam. As instituições recebem crianças por ordem do Tribunal, não por solidariedade familiar. Pena não termos cá nenhuma nesses trâmites. Vamos ver como isto termina. Por enquanto, temos mais um jovem na rua.
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